Quando se conta a uma pessoa que ela não é
humana, espera-se que ela fique histérica, desorientada, diga que não é verdade,
e que se for que prove, diz que seus pais são humanos e com isso ela também é, mas
depois de algumas horas e provas a pessoa aceita que é diferente e começa a
viver sua nova vida.
Com Nyemera foi diferente, quando Lorelayne
e Eduardo lhe contaram que ela não era humana, Nyemera começou a rir
histericamente, mas depois de alguns minutos ela simplesmente olhou ao redor
sem focar em algo especifico e falou:
- Eu sabia!
Lorelayne e Eduardo a olharam espantados,
pois em todos esses anos em que contam as pessoas que elas não são humanas,
nenhuma teve essa reação. Logo após falar
que sabia Nyemera olhou ao redor, mas uma vez sem focar nada e desmaiou.
Dentro de sua mente, Nyemera ouviu duas
frases “Estamos perdendo ela” e “Se afastem, ela esta se transformando”,
e depois tudo ficou em silencio.
Quando se desmaia, espera-se acordar logo,
mas não foi o que aconteceu, dentro de sua mente Nyemera ultrapassou a fronteira
entre a sanidade e a loucura. Nyemera conheceu o que todos os seres vivos que
tem consciência do que realmente significa a loucura temem conhecer um dia, Nyemera
aguentou até onde suas forças lhe deixaram ir e quando elas se esgotaram
decidiu se entregas, mas de repente sentiu-se novamente, algo lhe deu forças
para continuar mais um pouco, e isso a estava puxando de volta para a
realidade, uma voz que sussurrava “Volte
para mim”, uma voz masculina, mas de quem era? A voz sussurrou, mas uma vez
“Volte para mim”, de que é essa voz
ela se perguntava e de repente se lembrou, já tinha ouvido essa voz, uma, não,
varias vezes, era a voz que tinha dentro de sua cabeça desde que prendera o que
era certo e o que era errado, a voz que estava com ela nos piores e nos
melhores momentos, sim agora se lembrava, nunca entendeu porque a sua “consciência”
era masculina, lembrou-se que aquela voz era seu porto seguro, sempre que
precisava chamava por ela dentro de sua mente e ela vinha ao seu socorro, e de
repente algo interrompeu seus pensamento, “Volte
para mim” , sim precisava voltar, mas como? Não tinha saída, tudo ali era
perturbador, sugava suas forças a deixava fraca, e Nyemera se viu perdendo as
forças, mas uma vez, “Volte para mim”,
“Eu quero voltar” pensou ela, mas
voltar para onde? “Siga a minha voz”,
e Nyemera seguiu.
De repente uma luz branca invadiu sua mente
e vários rostos apareceram, ela percebeu que tinha aberto os olhos e no mesmo
instante percebeu que não era, mas a mesma, estava diferente, se sentia
diferente, mesmo sem ter se olhado no espelho, as cores eram mais vivas, os
cheiros mais intensos, a audição estava mais aguçada e sua pele estava mas
sensível ao calor e a outras coisas, tudo tinha mudado e ela sabia.
Quando realmente focou nos rostos que a
olhavam, dos seis que a fitavam reconheceu apenas três, Jorge seu melhor amigo
estava com eles desde que nascera, Lorelayne a mulher que a procurou para lhe
contar que não era humana e Eduardo seu marido, os outros rostos eram desconhecidos.
Decidiu se levantar para poder olhar melhor tudo e todos, mas não encontrava os
músculos certos para isso, Jorge percebendo o que estava acontecendo a ajudou.
Sentada com as costas apoiada em Jorge, Nyemera conseguia olhar melhor as
pessoas e o local onde estava, ao percorrer os olhos pelo comado, percebeu que
estava destruído, tudo que estivera ali dentro um dia havia virado pó, apenas
os equipamentos médicos que a rodeava estavam inteiros, percebia-se que
chegaram depois do que quer que seja que havia corrido ali, continuou a olhar a
sala e de repente um rosto lhe chamou a atenção, não sabia por que, mas aquele
rosto combinava com a voz que ouvira durante toda a sua vida, um homem aparentemente
35 anos, moreno, forte e olhos lilases, não sabia explicar, mas aqueles olhos
olhavam, mas do que seu físico enxergava sua alma e, mas além, enxergava seus
sentimentos, que explodiram como se houvesse alguma ligação entre eles. E após
1mes inconsciente Nyemera falou pela primeira vez:
- Quem é você? E apontou para o homem no
canto da sala.